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terça-feira, 8 de abril de 2014

EIS O PORQUÊ DO MEDO ATERRADOR E DO RESPEITO INCONFESSO QUE A DIREITONA FASCÍSTA BRASILEIRA SENTE POR LULA


Credibilidade absoluta! - Lula não precisa ser candidato: o ex-presidente mora no coração dos brasileiros

 Datafolha oculta por 24h que 60% dos eleitores poderiam votar em quem Lula indicar



A Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente a queda de seis pontos nas intenções de votos na presidenta Dilma.

por Saul Leblon, em Carta Maior

Por que o Datafolha não inclui em suas enquetes algumas  perguntas destinadas a decifrar o modelo de desenvolvimento intrínseco à aspiração mudancista majoritária na sociedade brasileira, segundo o próprio Instituo?
Por que o Datafolha não pergunta claramente a esse clamor se ele  inclui em seu escopo de mudanças um retorno às prioridades e políticas vigentes  quando o país era governado pelo PSDB, com a agenda que o dispositivo midiático tenta restaurar com o lubrificante do alarmismo noticioso?
Não se trata de introduzir proselitismo nos questionários de sondagem. É mais transparente  do que parece. E de pertinência jornalística tão óbvia que até espanta que ainda não tenha sido feito.
Por exemplo, por que o Datafolha não promove uma simulação que incluiria Fernando Henrique Cardoso e Lula  como candidatos teóricos e assim avalia as preferências entre os modelos e ênfases de desenvolvimento que eles historicamente encarnam?
Por que  o Datafolha não pergunta claramente ao leitor se prefere a Petrobras  — e o pré-sal, que é disso que se trata, sejamos honestos –  em mãos brasileiras ou fatiada e privatizada?
Por que o Datafolha não investiga quais políticas e decisões estão associadas à preferência pelo petista que há 12 anos está sob  bombardeio ininterrupto da mídia e, ainda assim, conserva 52% das intenções de voto num país seviciado pelo monopólio midiático?
Por que o jornal que é dono da pesquisa  – em mais de um sentido –  não explicita em suas análises  as relações (ostensivas) entre a resistência heroica do recall desfrutado por Lula; o desejo majoritário de mudança na sociedade  e o vexaminoso arrastar dos pés-de-chumbo do conservadorismo, Aécio e Campos?
Por que a Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente o impacto da queda de seis pontos que teria marcado as intenções de votos na presidenta Dilma – mas que ainda assim vence com folga (38%)  seus dois principais oponentes juntos (26% de Aécio e Campos)?
O dado em questão não é singelo.
Só divulgado nesta noite de domingo – sem espaço na manchete e sequer registro na primeira página do diário dos Frias! — ele tem calibre para dissolver em partículas quânticas tudo  o que foi dito no final de semana sobre a derrocada do governo  na eleição para 2014.
Qual seja, a opinião de Lula — colheu o Datafolha –  é uma referência positiva de impacto avassalador sobre as urnas de outubro: seu  peso ordena e  hierarquiza  a definição de voto de nada menos que 60% do eleitorado brasileiro.
Seis em cada dez eleitores tem em Lula uma baliza do que farão na cabine eleitoral.
Segundo o Datafolha,  37% deles votariam com certeza em um candidato indicado pelo petista; e 23% talvez referendassem essa mesma  indicação.
Note-se que os estragos que isso deixa pelo caminho não são triviais e de registro adiável.
Se divulgados junto com a pesquisa das intenções de voto, esmagariam, repita-se, o esforço do tipo ‘vamos lá, pessoal’, que os comodoros do conservadorismo tentaram injetar na esquadra de velas esfarrapadas de Campos e Neves.
Vejamos: ao contrário do que acontece com o cabo eleitoral de Dilma,  41% dos eleitores rejeitariam esfericamente um nome apoiado por Marina Silva – Eduardo Campos encontra-se nessa alça de mira contagiosa, ou não?
Já a rejeição a um candidato apoiado por FHC é de magníficos 57%.
Colosso. Sim, quase 2/3 do eleitorado, proporção só três pontos inferior à influência exercida por Lula, foge como o diabo da cruz da benção dada pelo ex-presidente tucano a um candidato; apenas 23% cogitariam sufragar um nome apoiado por ele.
Esse, o empolgante futuro reservado ao presidenciável Aécio Neves, ou será que a partir de agora ele imitará seus antecessores de dificuldades e esconderá o personagem que o imaginário brasileiro identifica ao saldo deixado pelo PSDB na economia e na política do país?
O fato é que a virada antipetista, ou antigovernista, ou ainda anti-dilmista que o dispositivo midiático tenta vender – e o fez com notável sofreguidão neste final de semana, guarda constrangedoramente pouca aderência com a realidade.
Exceto se tomarmos por realidade as redações da emissão conservadora, a zona sul do Rio ou o perímetro compreendido entre os bairros de Higienópolis, Morumbi e Vila Olímpia, em São Paulo,  a disputa é uma pouco mais difícil.
Não significa edulcorar os desafios e gargalos reais enfrentados pelo país.
Mas na esmagadora superfície habitada por 60% da população brasileira o jogo pesado da eleição de 2014 envolve outras referências que não apenas a crispação do noticiário anti-petista em torno desses problemas.
Por certo envolve entender quem é quem e o que propõe cada projeto em disputa na dura transição de ciclo econômico em curso  – e nessa luta ideológica pela conquista e o esclarecimento de corações e mentes, o governo Dilma e o PT estão em débito com a sociedade.
Sobretudo, o que os dados mais recentes indicam é que a verdadeira disputa de projetos precisa de mais luz e mais desassombro por parte dos alvos midiáticos.
Os institutos de pesquisas, a exemplo do Datafolha, em grande medida avaliam o alcance do seu eco quase solitário.
Bombardeia-se a Petrobras para em seguida mensurar o estrago que os obuses causaram na resistência adversária. Idem, com o tomate,  a Standard & Poor’s, etc., etc., etc.
Ao largo das manchete do Brasil aos cacos, porém,  seis em cada dez brasileiros aguardam o que tem a dizer aqueles que se tornaram uma referência confiável pelo que fizeram para a construção da democracia social nos últimos anos.
É aí que Lula entra. E o PT deve cuidar para que entre não apenas rememorando o passado, do qual já é uma síntese histórica.
Mas que coloque essa credibilidade a serviço de uma indispensável repactuação política do futuro, contra o roteiro conservador do caos que lubrifica a rendição ao mercadismo.
Dizer que Dilma perdeu seis pontos e retardar a divulgação do que fariam  60% dos eleitores diante de um apelo de Lula, é uma evidência do temor que essa agenda e esse cabo eleitoral causam no palanque de patas moles que a mídia, sofregamente, carrega nas costas.

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