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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Pode vir ! : o Brasil está totalmente preparado para novo capítulo da crise, diz Mantega

Por Luciana Otoni

BRASÍLIA, 26 Jun (Reuters) - As recentes turbulências internacionais não devem gerar falta de liquidez nos mercados, mas de qualquer forma o Brasil está preparado para enfrentar esse "novo capítulo da crise" internacional, disse nesta quarta-feira o ministro da Fazenda.
Em audiência pública conjunta de diversas comissões da Câmara dos Deputados, o ministro Guido Mantega disse que o país irá manter a inflação sob controle e as contas públicas em ordem. Mantega falou por cinco horas, e foi alvo de duras críticas de parlamentares da oposição.


Mantega defendeu que o Brasil está preparado para enfrentar o novo cenário com as turbulências decorrentes da esperada redução dos estímulos monetários dos Estados Unidos. Para ele, essa nova situação na maior economia do mundo causa incerteza e volatilidade, mas o Brasil está bem posicionado, entre outros motivos, pelo mercado interno forte e reservas internacionais elevadas.
"Essa situação causa turbulência, que continua, mas deverá diminuir em algum momento e vai se acomodar em outra posição. Isso não significa que vai haver diminuição da liquidez internacional", afirmou Mantega.
Na semana passada, o Federal Reserve, banco central norte-americano, deu sinais de que pode reduzir seu programa de compra de ativos ainda este ano diante de indicadores de melhora da atividade econômica, causando fortes reações nos mercados financeiros com a possibilidade de que haja menos dólares circulando.
Mantega reconheceu que essas sinalizações criaram grande fluxo de capitais para os Estados Unidos, afetando o câmbio e causando desvalorização principalmente das moedas de emergentes. No Brasil, o dólar chegou a 2,25 reais.
Para enfrentar essa instabilidade, o ministro disse que o Brasil controla a inflação que, neste ano, terminará dentro da meta de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais. Em maio, o indicador estava exatamente no teto do alvo em 12 meses.
"A inflação estará sob controle neste ano, no próximo e enquanto estivermos no governo", afirmou o ministro, acrescentando que uma eventual mudança na política do Fed não atrapalhará a recuperação econômica no Brasil.
As afirmações do ministro acabaram repercutindo no mercado futuro de juros, reduzindo as baixas nas taxas.
METAS FISCAIS
Mantega também reafirmou que o Brasil cumprirá as metas fiscais estabelecidas e que terá superávit primário de pelo menos 2,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, o que será garantido por reduções de despesas de custeio.
Para ele, o déficit nominal está em trajetória de queda e que nós próximos anos o Brasil poderá ter déficit nominal zero.
"Continuaremos permanentemente fazendo ajustes e faremos reduções de despesa de custeio para garantir meta fiscal de pelo menos 2,3 por cento", afirmou o ministro, acrescentando ainda que o governo cumprirá suas metas fiscais mesmo que sejam feitas algumas concessões às manifestações populares vistas no país nas últimas semanas.
A meta cheia do superávit primário deste ano é de 155,9 bilhões de reais, ou cerca de 3,1 por cento do PIB, mas o governo já assumiu que não chegará a esse número. Além da fraca recuperação da atividade econômica, que afeta as receitas, o governo também arcou com inúmeras medidas de estímulos e que envolveram desonerações que, neste ano, devem somar 70 bilhões de reais.
FOFOQUEIRO DO DEMO TENTOU BATER NO MINISTRO E SE DEU MAL

Passando por um momento delicado, com rumores de que poderia deixar seu cargo, Mantega foi bastante bombardeado por críticas dos parlamentares presentes à audiência pública.
"Há uma crise de confiança e essa crise de confiança chama-se Guido Mantega e equipe econömica", disse o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Se arrependimento matasse... O aprendiz Rodriguito 'mimado' Maia, que sobrevive politicamente a sombra do seu papai,Cesar, e que em sua carreira não tem nenhuma experiência administrativa, tentou "bater" no ministro da fazenda e acabou virando motivo de piada. Ficou com essa cara de tacho acima.

O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) disse que a crítica feita pelos parlamentares da oposição foi coordenada. "A atuação da oposição foi uma ação organizada em questionar o ministro Mantega sobre as incoerências do governo versus a realidade brasileira de crescimento pífio, inflação que corrói a renda da população e a cobrança das pessoas nas ruas."
Do lado da base de apoio ao governo, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse que o embate envolvendo questões econômicas será mais frequente daqui para a frente até a eleição. "O que se viu na audiência foi uma disputa entre o governo e a oposição e a tendência é que isso se acirre."
Mantega buscou responder às críticas usando números da economia brasileira dos últimos anos, e reforçando que o governo está comprometido com importantes variáveis, como controle da inflação e cumprimento das metas fiscais.

RISOS NA PLATÉIA

Em alguns momentos, ele também partiu para o ataque e classificou como "fofocas" os rumores de que poderia sair do ministério. Em resposta ao deputado Rodrigo Maia, Mantega disse que o parlamentar vivia num mundo sem crise internacional, ao acusar somente o governo brasileira pela situação econômica.
"Nós somos responsáveis pela crise mundial?", brincou Mantega.
Ainda em resposta às fortes críticas dos oposicionistas, o ministro comentou que se ele tivesse adotado a estratégia econômica dos adversários o governo teria fracassado.
"Se fôssemos praticar a política sugerida pela oposição teríamos naufragado."

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