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terça-feira, 16 de abril de 2013

CASO PROFUMO: O TURNING POINT

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John Profumo, secretário de Guerra do Reino Unido em 1963 
Há 50 anos estourou na Grã Bretanha o chamado Caso Profumo, talvez o primeiro escândalo cujas conotações sexuais tenham sido mais amplamente exploradas pela mídia do que suas dimensões políticas. John Profumo, então secretário da Guerra do Reino Unido, envolveu-se com uma bailarina chamada Christiane Keeler. Até aí, tudo bem; na época os jornais britânicos e anglo-saxões eram extremamente discretos com as puladas de cerca de seus líderes. O problema é que Keeler também tinha um caso com Yevgeny Ivanov, adido naval da embaixada soviética em Londres e tido como espião pelo MI-5 (serviço de contra-espionagem britânico).

Os rumores do triângulo amoroso vieram à público em 1962; em março de 1963 Profumo foi obrigado a prestar esclarecimentos à Câmara dos Comuns. Mas ele não só negou que tivesse qualquer relação com Keeler como também ameaçou processar os deputados por calúnia, injúria e difamação se o assunto saísse daquele âmbito, a Câmara dos Comuns (vejam só como eles eram discretos naqueles tempos pré 1968...).

A" femme fatale"
A preocupação dos comuns se justificava, pois na época a Guerra Fria estava em seu apogeu. O affair do secretário da Guerra com a bailarina não era uma questão de mera infidelidade conjugal, como aconteceria décadas mais tarde com o presidente americano Bill Clinton e a estagiária charuteira Monica Lewinsky, mas um problema de segurança nacional. Afinal, fazia poucos meses que o mundo havia escapado de uma hecatombe nuclear com a crise dos mísseis de Cuba (outubro de 1962), quando EUA e URSS quase apertaram os botões. Que segredos de Estado o secretário da Guerra poderia ter revelado na alcova a Keeler e esta ao amante e espião soviético?

Christiane Keeler, em fotos de Lewis Morley 
O caso resvalou para o escândalo sexual quando fotos de Keller em poses eróticas, tiradas por Lewis Morley em maio daquele ano, foram publicadas pelo Daily Mirror, que obteve uma cópia sem autorização do fotógrafo. O affair pegou fogo e em junho Profumo acabou confessando que mentira e renunciou. O governo do primeiro-ministro conservador Harold Mcmillan cairia meses depois. E o médico que apresentou Keeler a Profumo, o dr. Stephen Ward, suicidou-se. A moral ainda era vitoriana, mas a prática desonesta do Mirror e a exploração sensacionalista de escândalos de celebridades se tornaria um padrão na mídia britânica e mundial.        

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