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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Magnata americano recebe uma proposta sexual para não apoiar Mitt Romney


Kiko Nogueira
A corrida presidencial americana ficou mais engraçada, mais sexy e mais inteligente com a entrada em cena da comediante Sarah Silverman. Ou melhor, dela e de seu cachorro.
Num vídeo, Sarah resolveu fazer uma proposta sexual a um dos bilionários que estão financiando a campanha de Romney, o dono de cassinos Sheldon Adelson, 78 anos, oitavo na lista dos 400 mais ricos dos EUA da revista Forbes, com uma fortuna estimada em 24.9 bilhões de dólares.
Sarah se propôs a fazer com ele “sexo lésbico tradicional” e dar-lhe uma chave de perna (scissoring) se Adelson reconsiderar a doação de 100 milhões de dólares para a campanha do republicano Mitt Romney. Um site foi criado para demover o magnata: http://scissorsheldon.com/
Ali, você pode assinar uma petição para “manter o dinheiro de Sheldon Adelson fora da política”. O texto diz que os bilionários estão dando a Romney uma quantidade de dinheiro recorde e descreve Adelson: “É o mesmo homem que parou de apoiar a AIPAC (The American Israel Public Affairs Committee, entidade lobista pró-Israel) por fornecer ajuda aos palestinos, foi descortês com Obama num evento de aniversário e é aquele que o senador republicano John McCain sugere estar trazendo dinheiro de fora para as eleições dos Estados Unidos”.
“Eu não tenho medo de dizer algo que eu ache engraçado, mesmo que seja grosseiro ou racista”
O vídeo tem duas versões: uma em que a palavra “gozar” é censurada e outra, completa, com aviso de que ali estão contidos palavrões (expletives). Sarah faz o convite: “Quantos desses bilionários estão ganhando uma chave de perna de uma judia de biquini com dois seios grandes naturais? Quantos, Sheldon?” Um cachorro feio e de olho vazado entra em cena para mostrar como ela pretende, digamos, satisfazer Adelson.

Sarah faz uma demonstração para Sheldon Adelson com o cachorro de olho vazado
Sarah tem 42 anos, é bonita e multitalentosa. Canta, dança, escreve. É politicamente incorretíssima, falando de racismo, sexo, drogas e religião de maneira suicida, com palavrões a cada intervalo para respirar. Começou como roteirista do Saturday Night Live, o berço dos maiores comediantes dos EUA, do qual foi demitida, diz ela, por fax na primeira temporada. Fez pontas em seriados como Seinfeld até ganhar sua própria série, Sarah Silverman Program, entre 2007 e 2010, em que interpretava uma versão desempregada e irresponsável de si mesma, Sarah St. Clark. Metia-se em situações absurdas, insultando virtualmente todos os amigos, familiares e desconhecidos.
SS é uma legítima representante da fina arte judaica da autodepreciação, que tem em Larry David, o criador de Seinfeld, seu atual grande mestre. Sarah vai um pouco além de David no humor feito para chocar e autorreferente: “Eu ia fazer aborto outro dia, eu queria muito um aborto. Acabou que eu estava mesmo era com sede”, disse. “Eu não tenho medo de dizer algo que eu ache engraçado, mesmo que seja grosseiro ou racista”.

Ligada ao partido democrata, a proposta para Sheldon Adelson não foi a primeira vez em que ela se manifestou numa eleição. Em setembro de 2008, ela instou os judeus esquerdistas a ir para Boca Raton, na Flórida. Em Boca Ratón, paraíso dos judeus aposentados, eles deveriam convencer seus avós a votar em Obama. O título do vídeo no qual Sarah fez a conclamação: visitar seus avós pode mudar o mundo.
Quando George W. Bush terminou o mandato, ela o cumprimentou, chamando-o de “gênio” por não explodir o Canadá e nunca ter dado um soco na cara de uma girafa. “Você precisa ser capaz de rir de si mesmo”, ensina. “É o que eu digo aos asiáticos o tempo todo”. 


Paulo Nogueira no DCM

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